São vários os detalhes que asseguram qualidade no processo de ensilagem, qualquer que seja a opção de alimento destinada ao rebanho. Da variedade escolhida, passando pelo momento e tamanho do corte à compactação do material, cabe ao produtor reservar cuidados constantes para que na hora de oferecer a comida no cocho, depois de conservada por meses, não haja nenhuma surpresa negativa. Dentro dessa proposta, o uso de inoculantes é um recurso a mais para preservar as condições nutricionais do alimento.
Aplicar um inoculante bacteriano específico e adequado significa intensificar a produção de ácidos que fazem com que o pH da silagem diminua e, assim, ocorra uma maior proteção do material ensilado contra o ataque de leveduras e fungos. Tais ações significam menores perdas de matéria seca, maior digestibilidade e melhor palatabilidade. Obter a fermentação desejável no silo significa, então, a garantia de um alimento bem conservado até o consumo animal. “Assim que o silo é aberto e o material entra em contato com o ar, o crescimento de bactérias e fungos deteriorantes se reinicia”, observa Edson Carlos Poppi, diretor técnico da Lallemand Animal Nutrition, ao explicar o papel efetivo dos inoculantes na silagem. Cita que a deterioração da silagem não só significa perda material, como se reflete também no desempenho dos animais. Nesse sentido, costuma relatar casos de problemas reprodutivos correlacionados à presença de micotoxinas produzidas por fungos ou então pela ação de bactérias do gênero clostrídeo. “Vacas alimentadas com silagem contaminadas produzem um leite que compromete a produção de queijos, já que tais microorganismos são resistentes a altas temperaturas e tem nos lácteos condições ideais para se proliferarem, comprometendo a qualidade do produto em poucos dias”, conta.
O principal atributo de um inoculante bacteriano, segundo ele, é o de atender de fato ao que é a necessidade de conservação de uma cultura como milho, sorgo ou até capim, levando em consideração as diferenças em sua composição, teor de matéria seca e fibras. Para Maria Regina Flores, diretora da Kera Brasil, a demanda por inoculantes têm crescido por razões avessas. “São muitos os produtores que vêm nesses produtos a chance de corrigir os erros que cometeram no processo de ensilagem, o que na verdade é um grande equívoco”, diz ela.
Fonte: Revista Balde Branco
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