Impacto financeiro do balanceamento de dietas para bovinos de leite e corte em confinamento

Primeiramente, todos nós, produtores ou técnicos, sabemos que a alimentação do rebanho, seja ele à pasto ou confinado, representa de fato a maior parte dos custos de produção de uma propriedade rural. Estudos comprovam que os custos com alimentação do rebanho podem significar até 75% dos custos totais de produção, sendo responsável também por grande parte dos prejuízos amargados pelos produtores de carne e leite.

Em sistemas de produção em confinamento total, tal fator, quando negligenciado, pode representar verdadeira tragédia ao produtor, trazendo transtornos e prejuízos. Primeiramente, podemos citar a velha máxima da pecuária de leite, que traduz grandemente tal situação: “O leite entra pela boca”. Podemos dizer, em tese, que ate 80% do que sai pelo teto, entra pela boca. Corroborando com a afirmação anterior, e visto o cenário da pecuária de corte nacional, se torna cada vez mais difícil se produzir carne em sistema de confinamento.

Em contraste com todas as informações a seguir, tragicamente, a grande maioria dos produtores de leite e carne, seja em sistema de pastagens ou ate mesmo em confinamento, no Brasil, não possuem absolutamente nenhuma tecnologia aplicada em termos de balanceamento e formulação de dietas de seus rebanhos, o que lhes proporcionam produções baixas, baixa qualidade do produto final, e alto custo de produção, que resumidos em uma palavra apenas, significam: PREJUÍZOS.

O que devo fazer para melhorar a produção de leite das minhas vacas? Qual a melhor fórmula de ração para minhas vacas produzirem mais leite? Qual a melhor fórmula para meus garrotes ganharem mais peso por dia? Quanto de silagem, capim, cana ou concentrado preciso dar para meus animais produzirem mais? Está correto ofertar 1kg de concentrado para cada 3 a 4 kg de leite produzido?   – São as perguntas mais comuns que nós técnicos ouvimos dos produtores, principalmente em redes sociais abertas, aplicativos de mensagens, palestras, entre outros. Porém, tais perguntas são impossíveis de se responder corretamente, pois para cada propriedade, rebanho, raça, qualidade de leite e produção total, existe uma formulação diferente. Exemplificando melhor, uma propriedade em São Paulo, com vacas de produção média de 25 kg de leite por vaca terá em seu planejamento um plano nutricional diferente de uma propriedade com os mesmos 25 kg de média por vaca no estado de Minas Gerais ou Rio de Janeiro, devido à variação no preço dos insumos utilizados na dieta, na qualidade do volumoso, no teor de sólidos do leite, na raça utilizada e no clima e manejo do local. No mesmo exemplo, a formulação realmente será a mesma, quando o custo médio do fubá de milho e farelo de soja, principais insumos utilizados nos concentrados e suplementos para bovinos de leite e corte, em São Paulo é de R$ 0,60 e R$ 1,15, em Minas Gerais de R$ 0,74 e R$ 1,35 e no Rio de Janeiro de R$ 0,85 e R$ 1,80? Será que, realmente, o custo de produção será o mesmo, em função da mesma dieta ofertada? A resposta é óbvia, caros amigos.

A formulação e balanceamento de dieta leva em consideração fatores como: preço médios dos ingredientes utilizados, densidade de nutrientes no concentrado, volumoso a ser utilizado, custo do volumoso utilizado, teor de sólidos desejado no leite e produção de leite por vaca/dia ou ganho de peso por cabeça/dia. Logo, o balanceamento correto deve ser feito pela orientação de um profissional ou consultoria técnica especializada na área, para que  produtor tenha a segurança de produzir com rentabilidade e máxima lucratividade. A substituição de ingredientes convencionais, como o milho e a soja, por alimentos alternativos como a casca de soja, polpa cítrica e resíduos de algodão também devem ser realizados por um profissional técnico da área, visando sempre manter a produção de leite e reduzir os custos com suplementação.

No cenário da pecuária atual, o que realmente diferencia produtores eficientes e de sucesso de produtores comuns é a atenção dada à estes critérios, que somente são atendidos com muita técnica e orientação profissional.

Só nos resta sentar, fazer contas e responder realmente uma velha pergunta: “Será que realmente estou fazendo tudo certo, ou preciso de ajuda para obter melhores rendimentos?”…

Fica aqui o questionamento.

Obrigado pela atenção e leitura, e mãos à obra por uma pecuária realmente rentável e eficiente!

 

Gusthavo R. Vaz da Costa

Zootecnista – Ruminar Consultoria Agropecuária

CRMV-Z 00887/Z

Consultor Técnico em pecuária de leite e corte

[email protected] / (11) 95813-4490

 

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Sobre Gusthavo R. Vaz da Costa

Gusthavo R. Vaz da Costa
Zootecnista - CRMV-MG 2249/Z Especialista em Gestão de Agronegócios e Legislação Ambiental - Universidade Cândido Mendes / UCAM Mestrando no Programa de Pós-graduação em Zootecnia - IFSUDESTEMG - Rio Pomba / Nutrição e Produção de Bovinos Docente efetivo - IFSULDEMINAS / campus Inconfidentes - Dep. de Zootecnia. Consultor técnico em pecuária de leite e corte. Contato pelo Whatsapp 11 95813-4490 / 35 99767-0041

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