Pecuária Orgânica voltada para o manejo da raça Murrah

Por: Paola Silva Santos (Aluna do Curso Técnico em Zootecnia – CETEP/Itororó-Ba)

Fonte: https://zoovetesmipasion.com/bufalos/razas-de-bufalos/raza-bufalos-murrah/

O manejo orgânico visa o desenvolvimento econômico e produtivo que não polua, não destrua o meio ambiente e que valorize o homem. A pecuária bovina de corte orgânica tem como objetivo uma produção que mantenha o equilíbrio ecológico englobando os componentes produtivos, ambiental e social, a partir de normas estabelecidas pelas instituições certificadoras.
A raça Murrah, se tratando de um animal com maior rusticidade (resistência natural, maior longevidade que os bovinos e menor susceptibilidade a doenças), eficiência reprodutiva (uma fêmea pode ter pelo menos 20 crias ao longo da vida, contra 10 bezerros da vaca), precocidade dos abates (se o animal é de corte pode chegar a ser abatido entre 18 e 24 meses), maior eficiência digestiva (melhor aproveitamento dos alimentos, onde se adaptam a elementos mais grosseiros), rápida conversão alimentar (melhor resposta biológica, mesmo que, a ingestão de alimento seja menor), rendimento de carcaça (o Murrah é de 47% a 50%, o que significa que um búfalo Murrah de 300 quilos pode gerar até 150 quilos de carne).
A raça Murrah sendo oriunda do sul do Punjab, na Índia é a mais apropriada no que diz respeito a produção leiteira, apesar que, essa raça é caracterizada como de dupla aptidão. Tendo como pelagem forte correlação entre a cor dos pelos e da pele em todo o corpo, sendo pretos os pelos e a pele.
Olhos — levemente proeminentes nas fêmeas e com menor projeção nos machos, vivos, límpidos e pretos. Cabeça leve.
Chifres — curtos e pequenos, relativamente finos, com curvaturas em torno de si, em forma de espiral.
Orelha — relativamente pequena, de direção quase horizontal.
Peso — médio de 550kg nas fêmeas e 750kg nos machos.
Corpo — curto, reto e profundo.
Ancas — bem salientes, separadas.
Garupa — bem inclinada no macho e mais na fêmea. Inserção da cauda relativamente alta, coxas e nádegas chatas, vulva e bolsa escrotal aparentemente normais, úbere volumoso, tetas longas e bem separadas, veias de leite grossas e sinuosas.
CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS
1- Aparência: reveladora de saúde e vigor, constituição robusta, com masculinidade e feminilidade segundo o sexo.
2- Tamanho: indicativo de crescimento por idade, sendo de porte médio a grande e de corpo equilibrado.
3- Reprodução: Aparência normal quanto ao tamanho da bolsa escrotal e vulva, além do número de testículos e tetas.
4- Temperamento: manso ou dócil.
Baseando-se no fato de que o custo de produção de bubalinos em modo geral não se distância tanto do custo com bovinos, a raça Murrah é proprietária de características econômicas vantajosas, que por meio delas, pode ser manejada em prol da pecuária orgânica. Atualmente, apenas pecuaristas dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul produzem carne orgânica certificada no país. São 26 fazendas, aproximadamente 131 mil hectares em pastagens e cerca de 99 mil cabeças de gado. Os projetos são certificados e acompanhados pelo Instituto Biodinâmica (IBD). Em Mato Grosso do Sul desde Julho de 2003, o Programa Pantanal para Sempre trabalha com o fomento da pecuária orgânica certificada como alternativa de produção sustentável para a região.
Toda a metodologia do manejo orgânico desencadeia preocupações quanto ao bem-estar dos animais, alimentação, rastreamento, vacinas e ambiência do mesmo, entre outras. Apesar das significativas dificuldades presentes nesse processo produtivo, esse manejo alternativo é bastante discutido entre os produtores rurais que preocupados com a viabilidade econômica de seus empreendimentos e com a manutenção da região, fomentam soluções alternativas em áreas de produção aquisitiva.
Na criação, o gado orgânico é rastreado desde seu nascimento até o abate, com registro de peso, alimentação, vacinas, entre outras informações, em fichas individuais. A alimentação dos animais é observada com especial atenção. Além da pastagem, outros ingredientes compõem o cardápio do gado orgânico como suplementação alimentar com grãos e rações isentas de organismos transgênicos. Esses alimentos têm procedência garantida ou são produzidos pelos próprios pecuaristas de acordo com as normas de certificação. As fazendas trabalham com sombreamento das pastagens e currais em formato circular para que o gado não se machuque. Uma das prioridades das certificadoras é garantir a segurança alimentar. Por isso, é exigida e monitorada a vacinação, inclusive contra febre aftosa. Em caso de alguma enfermidade, o gado orgânico é tratado com produtos fitoterápicos e homeopáticos. A carne orgânica certificada é produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.
O QUE É IMPORTANTE NA PECUÁRIA ORGÂNICA
— Todos que vivem na propriedade devem ter qualidade de vida, garantia de direitos trabalhistas previstos em lei, moradia adequada e escola para os filhos;
— Conservação da biodiversidade e de um ambiente saudável, eliminação adequada de lixo e dejetos;
— Bem-estar animal, permitindo um comportamento natural, evitando-se estresse;
— Os animais devem ter acesso à água e aos alimentos, reduzindo o confinamento e priorizando a diversidade de pastagens.
–Taxas de lotação adequadas, com sombreamento dos pastos, manejo sanitário preventivo com vacinas e uso de medicamentos fitoterápicos e homeopáticos;
— Controle e registro de produtos e procedimentos realizados no rebanho;
–Certificação da propriedade para garantir ao consumidor produtos de qualidade;
PROIBIDO NA PECUÁRIA ORGÂNICA
— Uso de agrotóxicos, de adubação química e de organismos geneticamente modificados;
— Uso de aditivos, promotores de crescimento sintéticos, hormônios e fontes de nitrogênio não proteico.
Neste sentido, a produção orgânica de carne é uma demanda atual da sociedade. O consumidor deseja um produto de qualidade, a preço justo, saudável do ponto de vista de segurança alimentar, livre de perigos biológicos (Cisticerose, brucelose, tuberculose, etc.), perigos químicos (carrapaticidas, antibióticos, vermífugos, hormônios, etc.) e produzidos com menor uso de insumos artificiais e cuidados em relação ao bem-estar animal. Além do que, existe a preocupação atual com a preservação do meio ambiente e a biodiversidade e com o papel social da atividade agropecuária, com a geração de empregos no campo e diminuição do êxodo rural, abrangendo assim, diferentes cadeias produtivas, inclusive a bubalinocultura.

Best free WordPress theme

Sobre Ulisses Barbosa

Ulisses Barbosa
Graduando em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB; Baiano; Disposto a partilhar o que pouco sei. "Fazes crescer capim para o gado e verduras e cereais para as pessoas, que assim tiram da terra o seu alimento... Que a Glória de Deus, o Senhor, dure para sempre! Que Ele se alegre com aquilo que fez!" -Salmos 104:14,31'

Veja Tambem!

Conservação do Solo

Por: Brenda Matos Santos (Aluna do Curso Técnico em Zootecnia – CETEP/Itororó-Ba) Assim como os …

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Powered by moviekillers.com