Quando se fala em intensificação da atividade pecuária, onde são esperados grandes aumentos na lotação das pastagens ou na produção de leite, a solução mais econômica ainda é a ensilagem, pois se trata de uma técnica relativamente simples, de fácil assimilação por parte dos pecuaristas.
No entanto, o planejamento para a sua elaboração deve ser feito com muita antecedência e cuidado. Todos os detalhes devem ser examinados exaustivamente, pois qualquer falha na condução do processo certamente levará a resultados insatisfatórios, tanto do ponto de vista técnico como financeiro. Para que isto não ocorra é necessário que o produtor tenha em mãos respostas para os seguintes questionamentos:
– Qual o objetivo do fornecimento do volumoso: é para manutenção, para recria, para engorda e terminação, para a produção de leite ou outros?
– Qual a categoria animal e por quanto tempo a mesma será suplementada e qual o nível de inclusão do volumoso na dieta total?
– Qual a infraestrutura necessária para cada tipo de forrageira?
– Quais serão as consequências da escolha sobre os demais setores da propriedade?
O passo seguinte é a escolha do volumoso a ser ensilado, que vai depender da exigência qualitativa do sistema de produção. Em sistemas onde o objetivo é o alto desempenho individual exige-se volumoso de alta qualidade nutricional, como a silagem de grãos. Em confinamentos de engorda e terminação a utilização de silagens de milho e sorgo podem se tornar inviáveis economicamente. Para estes casos as silagens de cana de açúcar ou de capim são normalmente mais vantajosas, assim como para a suplementação a pasto de categorias de menor exigência nutricional.
Cada volumoso demanda um tipo e uma quantidade diferente de máquinas e equipamentos para o plantio, a condução da lavoura, o corte, o transporte e a ensilagem. Como parte do planejamento para a introdução da forragem para a conservação, deve se definir o equipamento necessário (colhedoras, tratores, veículos de transbordo, etc.), a fim de verificar a viabilidade do investimento.
A escolha da forrageira a ser processada deve ser planejada de forma a integrar o sistema de produção da propriedade de maneira sinérgica, bem como ser definida de acordo com o tipo de demanda, não só quantitativa, mas também qualitativa. Seja qual for o modelo a ser adotado é fundamental que a equipe de gestão do projeto esteja afinada. O treinamento da mão de obra é importante, pois muitas vezes a prática de ensilagem é uma novidade na propriedade. Só uma visão global da empresa, da região onde ela está inserida e o planejamento bem detalhado de toda a atividade, desde a escolha do material a ser ensilado até o desensilo do mesmo, é que irá propiciar vantagens competitivas para o produtor que pretende entrar no processo de intensificação da produção pecuária, através do fornecimento, no período seco do ano, de volumoso oriundo da ensilagem de forrageiras.
Antony Hilgrove Monti Sewell* Consultor
Best free WordPress theme