Segundo o professor adjunto da Universidade Federal de Ponta Grossa (UEPG), João Ricardo Alves Pereira, em grãos ou ensilado, o milho é usado na alimentação das vacas em mais de 70% das propriedades leiteiras do país. Isto ocorre por apresentar um bom rendimento de matéria verde, excelente qualidade de fermentação e manutenção do valor nutritivo da massa ensilada. Outras vantagens que o cereal proporciona são um baixo custo operacional de produção e uma boa aceitabilidade por parte dos animais.
Entretanto, para ter sucesso na produção de leite é preciso que a silagem seja de alta qualidade, e isto depende de alguns fatores, tais como, a colheita de plantas com maturidade adequada, velocidade de colheita, picagem, compactação, vedação do silo e manejo de retirada da silagem. Só é possível produzir silagens com alto valor nutritivo, livre de patógenos e toxinas e com boa estabilidade aeróbia se todos os pontos críticos supracitados forem executados com sucesso, culminando em redução de perdas de matéria seca e aumento de eficiência produtiva.
O pesquisador e pós-doutorando da USP/ESALQ em Conservação de Alimentos para Animais, João Luiz Pratti Daniel, explica que as silagens de milho estocadas por mais tempo são mais digestíveis e mais estáveis quando expostas ao ar. “Silagens de milho devem ser estocadas por no mínimo 1 mês, visando ganhos em digestibilidade, mas se o objetivo for maximizar a estabilidade aeróbia, o silo deve ser mantido fechado por 4 meses. Nos casos onde boas práticas de conservação são ignoradas, o potencial de ganho em valor nutritivo será reduzido e sobreposto por maiores perdas de nutrientes. Quanto maior o tempo de estocagem, maior a exposição do silo a intempéries climáticas (por exemplo raios ultravioleta) e, consequentemente, maiores as chances de infiltração de ar na massa ensilada. A adoção de estratégias de vedação com eficiência elevada e o uso de aditivos que melhorem a estabilidade aeróbia devem ser considerados”, afirma.
Outro fator importante na produção de silagem de milho são os híbridos que têm alcançado produtividades cada vez mais expressivas, melhorias em termos de tolerância às pragas e doenças, bem como adaptação às condições de clima e solo. É indiscutível que essas evoluções focam maior eficiência produtiva traduzindo-se em maior receita para o produtor. No entanto, o professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Thiago Fernandes Bernardes, acredita que poderíamos desfrutar mais dessa tecnologia ou fazer uso dela de maneira mais adequada. Ele destaca três aspectos que, em sua opinião, há necessidade de evoluir quando a discussão envolve híbridos de milho para a produção de silagem.
O primeiro deles remete a questão do endosperma, se é duro ou farináceo (mole).O segundo fator se refere à disponibilidade de híbridos por região e clareza demonstrada aos produtores. E o terceiro tópico se refere a área de refúgio no momento do plantio.
Fonte: Revista plantar ( http://www.revistaplantar.com.br )
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