Com luminosidade e temperatura controladas 24 horas por dia, um sistema americano de criação de aves começa a se disseminar no país como alternativa para aumentar a eficiência da produção. Chamada de Dark House (casa escura, em inglês), a tecnologia permite ganhos como melhor conversão alimentar dos animais, menor taxa de mortalidade e redução no tempo de alojamento.
O rendimento maior é atribuído especialmente à diminuição do estresse e da agitação dos animais, proporcionada pela temperatura corporal constante e períodos mais longos de baixa luminosidade. O único contato com a luz é por meio de lâmpadas incandescentes, que estimulam os ciclos de engorda e de vida dos animais. Ao mesmo tempo, exaustores controlam a temperatura e evitam gasto de energia das aves.
Os sistemas de regulagem de temperatura e de luz permitem trabalhar com maior número de aves por metro quadrado. A Dark House tornou-se tendência nos últimos anos em Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul. Apesar do custo 10% maior do que em aviários convencionais, o sistema compensa em produtividade.
A luminosidade é controlada o dia inteiro, com lâmpadas incandescentes. Os animais passam oito horas com luz artificial e dezesseis no escuro, sendo despertados para consumo de ração e água quando as lâmpadas são acesas. O controle é feito para que as aves não fiquem agitadas e, com isso, tenham melhor conversão alimentar e menos machucados. Na fase inicial, os animais recebem mais luz para se alimentar melhor. A partir dos 26 dias, as aves ficam na penumbra dentro da granja. O objetivo é manter os animais calmos.
A alimentação das aves é automatizada, por meio de uma rosca que leva a ração para os comedores. O sistema permite melhor uso da mão de obra, com um número menor de funcionários. O maior trabalho se dá no recebimento e movimentação do lote até o sétimo dia. Depois, é tudo automático.
A modernização é o caminho para aumentar a competitividade dos criadores, segundo a Asgav, que representa 10 mil produtores. Antes de adotar o sistema, no entanto, é preciso avaliar as condições e os equipamentos que podem ser implantadas no local, alerta o pesquisador Paulo Sérgio Rosa, da Embrapa Suínos e Aves.
— Climatização confiável é fundamental para o sistema. Não é possível pensar no investimento sem gerador elétrico — reforça.
Para estimular o a modernização das estruturas, o governo federal lançou a linha de crédito Inovagro, em 2013, e ofertou R$ 3 bilhões. Os recursos podem ser utilizados para implantar a Dark House
Prós e contras
A favor do sistema
– Menor atividade das aves, o que reduz estresse e produção de calor.
– Menor perda de energia e menor consumo de ração (o que significa melhor conversão alimentar).
– Redução de 1% a 2% na mortalidade.
– Até dois dias a menos no tempo total de alojamento.
– Maior densidade de animais no galpão.
As críticas ao método
– Maior número de animais por metro quadrado pode interferir no comportamento natural das aves.
– Falta de interação com humanos, em razão da automatização do sistema, provoca estresse no momento em que as aves são levadas para o abate.
– Problemas relacionados com o estresse agudo deixaria a carne mais pálida, fraca e Com menos água para reter tempero.
– Falta de estímulos, em razão da ausência de luz solar.
– Necessidade de mais pesquisas científicas para aperfeiçoar o sistema.
Fontes: Paola Rueda (World Animal Protection e Ariel Mendes (ABPA)
disponível em:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/campo-e-lavoura/noticia/2014/11/sistema-americano-aumenta-producao-de-aves-4644602.html
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