Campilobacteriose Genital Bovina e Tricomonose Genital Bovina

A Campilobacteriose Genital Bovina (CGB) e a Tricomonose Genital Bovina (TGB), são doenças infectocontagiosas transmissíveis sexualmente, que atingem bovinos em idade reprodutiva causando assim, grandes perdas econômicas. Essas doenças podem causar abortos, repetição de cios, morte do embrião e infertilidade, consequentemente aumentando o período entre partos e queda na produção de leite e bezerros.

Imagem: folhadaregiao.com.br
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A CGB e a TGB possuem uma distribuição mundial, sendo detectadas em países como a África do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, EUA, França, Inglaterra, Nova Zelândia, dentre outros. A disseminação se dá, possivelmente, em função das práticas de manejo reprodutivo que são empregadas. A transmissão se dá por via sexual, onde um touro infectado transmite para a fêmea ou vice-versa, podendo também haver a transmissão por meio de inseminação artificial, no caso de haver sêmens contaminados, ou ainda por meio de comportamento homossexual entre touros, passando a doença de um para o outro. A CGB e a TGB são doenças de difícil controle em países com grande rebanho bovino, como é o caso do Brasil, pois o sistema de manejo dominante é a monta natural. Por se tratarem de doenças sexualmente transmissíveis e apresentarem sinais clínicos pouco evidentes, quando se nota a presença das mesmas a perda econômica já é grande. Então, a observação das manifestações clínicas, do histórico dos animais e da avaliação dos dados zootécnicos da propriedade podem, e são, as melhores formas de se encontrar medidas eficazes para o controle dessas doenças. As características epidemiológicas e clínicas, as alterações dos índices zootécnicos e as principais manifestações da infecção causada pelas bactérias responsáveis pela CGB e pela TGB são muito semelhantes, permitindo assim que as estratégias de controle sejam basicamente as mesmas.

A principal manifestação clínica dessas doenças é a repetição do cio em intervalos aumentados e irregulares, sendo que geralmente o intervalo entre cios é superior a 35 dias. A mortalidade embrionária é um fator que acresce o período entre um cio e outro. As fêmeas portadoras da Tricomonose Genital Bovina podem apresentar corrimento vaginal purulento ao retornarem ao cio. Pode haver também maceração fetal e pneumonia piogranulomatosa com presença de células gigantes multinucleadas nos fetos abortados. As infectadas com a Campliobacteriose Genital Bovina podem gerar fetos mumificados e as lesões mais frequentes nos fetos abortados são a brocopenumonia supurativa e a hepatite intersticial, porém não são patognomônicas da doença. O diagnóstico laboratorial é fundamental, pois só através dele é possível obter a confirmação do agente causador do problema observado no rebanho. O material usado para o diagnóstico deve ser coletado dos touros, já que os mesmos são os maiores disseminadores e estão em menor número na propriedade, mas pode também ser coletado de fêmeas ou até mesmo dos fetos abortados.
A principal forma de controle dessas doenças é a implantação da técnica de inseminação artificial com sêmenes de boa qualidade, porém nem todos os produtores possuem condições de adotarem essa técnica. Então, deve-se adotar medidas como eliminação de touros e fêmeas contaminadas, implantação de estação de monta limitada (60 – 90 dias) e descarte das fêmeas vazias ao final da mesma, repouso sexual por 3 – 4 ciclos para recuperação das fêmeas, e a vacinação que deve ser aplicada de acordo a doença.

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Sobre Ulisses Barbosa

Ulisses Barbosa
Graduando em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB; Baiano; Disposto a partilhar o que pouco sei. "Fazes crescer capim para o gado e verduras e cereais para as pessoas, que assim tiram da terra o seu alimento... Que a Glória de Deus, o Senhor, dure para sempre! Que Ele se alegre com aquilo que fez!" -Salmos 104:14,31'

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